Criado a partir da Constituição Federal de 1988, o Sistema Único de Saúde (SUS), surgiu com a finalidade de garantir o atendimento médico gratuito de qualidade para a população brasileira, ampliando o campo de atuação em todo o território nacional. Desde a sua implantação, é notória as evidências das conquistas estabelecidas pelo programa, decorrente dos altos custos investidos, assim como os entraves que ainda perpetuam durante esses anos, marcados principalmente pelas falhas na gestão dos recursos. Todo esse esquema, que não reproduz literalmente a proposta apresentada no fim dos anos 80, compromete o planejamento de saúde do país, o que exige melhorias concretas para o avanço do sistema.
O Brasil conta com mais de seis mil hospitais credenciados no programa do SUS, mas, mesmo com os espaços em operação, problemas como escassez de leitos, falta de profissionais e carência de medicamentos básicos dificultam a universalização do atendimento em várias cidades. É dentro dessa ótica que aparece o descontentamento da população com a demora na realização de consultas, cirurgias, transferências e internações, fator no qual leva ao agravamento de pacientes nas filas e corredores hospitalares. Neste caso, é necessário pontuar que o atraso da atuação médica e da gestão administrativa pode levar a óbito indivíduos que deslocam à procura de algum pronto-socorro que possa oferecer um atendimento imediato e que também comporte a quantidade de doentes no local, situação bem distinta daquela esperada pela Constituição.
Outro ponto a ser ressaltado refere-se ao considerável desempenho da saúde brasileira na erradicação de doenças que antes eram consideradas uma ameaça ao bem estar da população. Porém, dados apesentados pela mídia na última década alertaram para o foco da regionalização ao acesso à especialistas da área em decorrência da remuneração recebida em cada estado. Devido a isso, o governo criou o programa Mais Médicos, que tem como principal objetivo levar profissionais, entre esses, estrangeiros, para municípios localizados em regiões do Norte e Nordeste, além de investir em novas vagas de graduação e residência nos cursos de Medicina e priorizar recursos financeiros do programa de financiamento estudantil (Fies) para áreas da saúde.
Em suma, com o intuito de amenizar os problemas atrelados ao atendimento público, algumas das possíveis soluções seria a maior fiscalização dos recursos financeiros repassados para os estados e municípios através do Ministério da Saúde em conjunto com o Ministério da Fazenda, uma vez que o valor arrecadado é derivado do PIB brasileiro, evitando desvios de verbas destinadas à compra e manutenção de aparelhos e materiais hospitalares. Outra proposta seria a ampliação da construção de Unidades de Pronto-Atendimento (UPA's) em cidade que apresentam uma maior necessidade de sua presença devido à população absoluta, o que resultaria na diminuição das filas nos pronto-socorros. Ademais, a remuneração adequada aos profissionais da saúde nas regiões Norte do país ajudaria na fixação dos mesmos nos municípios mais pobres, atraindo mais médicos e amenizando a migração de outros para as áreas mais desenvolvidas do Sul e Sudeste do Brasil.