sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Degradação de Lipídeos - Parte 1 -

Os Ácidos Graxos:

  • São ÁCIDOS CARBOXÍLICOS de cadeia carbônica
  • Podem ser saturadas ou insaturadas
  • Porção POLAR: GRUPO ÁCIDO CARBOXÍLICO
  • Porção APOLAR: CADEIA CARBÔNICA
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TRIACILGLICEROL:

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O triacilglicerol é a principal reserva de energia. São ácidos graxos acilados no glicerol. Um dos fatores que caracterizam essa função de reserva energética eficiente deve-se ao fato de que é uma molécula muito rica em hidrogênios e muito reduzida por sinal.
Cerca de 80% da energia requerida pelo coração e fígado vem da oxidação do ácido graxo.
Os ácidos graxos carregam mais energia por carbono porque são mais reduzidos, como já foi dito anteriormente. Além disso, eles carregam menos água porque são apolares em sua grande parte. Suas reservas são para longos períodos, enquanto a glicose e o glicogênio são reservas de liberação rápida para suprir um curto período. 

O PROCESSO DE DIGESTÃO DOS LIPÍDEOS:

Assim que ingeridos alimentos ricos em lipídeos, o processo digestivo irá ter inicio. Nesse caso em especial, as gorduras vão ser emulsificadas no intestino delgado, especificamente no duodeno, onde haverá a liberação de sais biliares, produzidos pelo fígado e armazenados na vesícula biliar, nessa porção do intestino. A bile não digere nada, ela apenas emulsifica essa gordura em partículas para que ela possa ser absorvida pelas vilosidades intestinais. Desse modo, os triglicerídeos são quebrados em ácidos graxos pela lipase que cliva essa ligação, e, assim que são absorvidos pela mucosa intestinal, são novamente transformados em triglicerídeos. Em seguida são transportados por lipoproteínas como o colesterol por meio do sistema linfático e sanguíneo até chegar aos tecidos e ser armazenado no tecido adiposo. 

O PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO (QUEBRA, DEGRADAÇÃO) DOS LIPÍDEOS:

Os triglicerídeos armazenados nos tecidos são liberados quando há uma mensagem emitida pelo fígado de que há uma baixa quantidade de glicose no sangue, e diante disse, o glucagon avisa que é necessário oxidar esse ácido graxo. A quebra dos triacilglicerídeos faz com que haja a formação de glicerol e ácidos graxos. O primeiro será enviado para o fígado para que seja realizado o processo de Gliconeogênese (produção de glicose a partir de compostos não glicídicos). O segundo se liga à proteína albumina q são enviados até os músculos para que ocorra a Beta Oxidação. 

A BETA OXIDAÇÃO:

Assim que os ácidos graxos chegam aos músculos, eles precisam entrar nas mitocôndrias dessas células musculares para realizar essa oxidação. No entanto, para conseguirem entrar na matriz mitocondrial, devem ser ativados por meio de uma ligação tioéster com a Coenzima A (CoA). 

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Assim que ligados à CoA, o ácido graxo livre se torna um Ácido Graxo Ativo, gastando duas moléculas de fosfato do ATP para que essa reação aconteça. (ATP ---> AMP). Logo em seguida, esse AcilCoA precisa entrar na mitocôndria, mas acaba encontrando uma barreira para atravessar a membrana mais interna da organela, que costuma ser impermeável para a maior parte dos compostos. Desse modo, o Acil deixa de se ligar com o CoA para ligar-se à Carnitina, formando a Acilcarnitina, que irá levar esse ácido graxo para a matriz mitocondrial. Chegando lá, o CoA volta a se ligar ao ácido graxo e a carnitina retorna à sua origem. Agora, poderá ser realizada a oxidação do ácido graxo.

REAÇÕES DA BETA OXIDAÇÃO:

1ª ETAPA:
Todo o processo ocorre ocorre no carbono B(beta) da molécula do ácido graxo, correspondente ao terceiro carbono da cadeia. Por isso o nome de beta oxidação. 
Primeiramente teremos formação de uma ligação dupla por desidrogenação, liberando FADH2 que é utilizado na cadeia respiratória.

2ª ETAPA:
Há a hidratação da dupla ligação.

3ª ETAPA:
Desidrogenação dependente de NAD+ e formação de NADH+H+

4ª ETAPA:
Clivagem por Tiolase. Perda de 2 Carbonos na forma de Acetil CoA, resultando em um AcilCoA de 14 Carbonos.

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Isso significa que a cada ciclo dessa reação, o ácido palmítico de 16 Carbonos, vai perder 2 Carbonos na forma de Acetil CoA. Desse modo, serão necessário 7 CICLOS para que todo o ácido palmítico seja oxidado. No fim das contas teremos 8 moléculas de Acetil CoA liberadas, 7 FADH2 e 7 NADH.
A oxidação de ácidos graxos resulta na formação de 108 ATP, mas com um saldo de 106 ATP, devido ao gasto de 2 ATP's  na ativação do ácido graxo no início do processo. 

7 CICLOS
8 ACETILCOA
7 FADH2
7 NADH
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OBSERVAÇÃO: Existem algumas exceções a esse esquema de oxidação. Por exemplo, o ácido palmítico que analisamos possui um número par de carbonos, e a cada ciclo um número par de acetil CoA é formado até que todos os carbonos são oxidados. Em caso de compostos com número ímpar, a oxidação ocorrerá da mesma maneira liberando carbonos de dois a dois, mas, quando o ácido graxo tiver 5 Carbonos na cadeia haverá a última liberação de acetil CoA e formação de Propionil CoA, um composto de 3 carbonos em sua composição. Em raros casos, esse Propionil CoA pode ser transformado em Succinil CoA, gerando o oxaloacetato no Ciclo de Krebs. Desse modo, o ácido graxo estaria gerando glicose por meio da gliconeogênese. Mas apenas em RAROS casos.

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