No documentário do diretor sueco Peter Cohen, lançado em 1998, vemos uma abordagem sobre temas que marcaram a virada do século XIX para o XX, entre eles, a Eugenia e higiene racial.
Para grandes nações como os Estados Unidos, Alemanha, Suécia e União Soviética, o progresso da sociedade ainda não havia sido alcançado devido à existência de camadas inferiores da população que eram responsáveis por altas taxas de procriação ao redor do mundo, e, para que esse sentido de progresso fosse estabelecido, era necessário medidas que selecionassem a espécie humana em busca de um padrão idealizado dos seres humanos.
A Eugenia ''positiva'' era aquela que incentivava as camadas superiores da sociedade a procriarem e aumentar o número de descendentes qualificados, enquanto a Eugenia "negativa" resultava na morte dos indivíduos que nascessem com alguma deformidade ou não encaixasse nos modelos estabelecidos.
Com as teorias de Gregor Mendel em ascensão, houve um intenso embate entre aqueles que se apoiavam no mendelismo e os lamarckistas. Apesar dos estudos de Mendel terem sido reconhecidas somente após sua morte, a Lei da transmissão dos caracteres através da hereditariedade não foi bem aceita pelos adeptos de Lamarck, que acreditavam fielmente na Lei da transmissão dos caracteres adquiridos e a influência do meio sobre o indivíduo. Hoje, sabemos que Lamarck estava errado.
O avanço da genética foi considerado apenas um estudo de apoio na época, enquanto a Eugenia e higiene racial representavam o ciência principal e se espalhavam nas grandes nações. Na União Soviética, o cérebro de Lênin foi retirado de seu corpo assim que o político veio a falecer. Os russos queriam entender mais sobre a inteligência de grandes ícones de seus país e ainda criar uma árvore genealógica que moldasse ao longo dos anos as novas gerações no novo modelo de civilização soviética.
Nos Estados Unidos, aproximadamente 20 estados decretaram a Lei de esterilização de bebês doentes ou deformados, com a finalidade de eliminar aqueles que representariam o atraso da sociedade da época. Já na Alemanha, os estudos de Eugenia duraram anos e foram disseminadas fortemente durante a chegada de Hitler ao poder e o desejo de selecionar raças ''puras'' e cultuar o padrão idealizado do corpo do cidadão alemão, inspirado nas esculturas greco-romanas. Para eles, o trabalho também é responsável pela desconfiguração do corpo ideal, sendo assim todos deveriam se espelhar na civilização da Grécia antiga.
Todo esse cientificismo no início do século XX foi responsável por mais de 100 mil mortes em média por países adeptos das higiene racial e a acentuação das práticas racistas e intolerantes contra negros e imigrantes que eram considerados raças impuras e primitivas. A genética e a Eugenia foram abolidas da União Soviética no período governado por Stálin, sendo a Segunda Guerra Mundial o ápice do genocídio em massa de etnias e classes sociais que não se encaixavam nos parâmetros estabelecidos pela Eugenia.
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